Turismo da fertilidade aumenta no mundo todo

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Casais querendo um bebê estão atravessando o globo em busca de tratamentos para a infertilidade, já que a dificuldade em ter filhos deve dobrar no mundo desenvolvido na próxima década, afirmaram cientistas.
Holandesas vão à Bélgica atrás de espermatozóides doados porque há falta de doações em seu país. Mulheres que concebem com óvulos doados cruzam fronteiras porque a doação é proibida na Alemanha. Casais de lésbicas deixam a França em busca de tratamentos que não estão disponíveis lá, e as italianas apelam ao exterior porque seu país tem a legislação sobre fertilidade mais rígida da Europa, afirmou o professor Guido Pennings, da Universidade de Ghent, na Bélgica.
Os motivos para tanto vaivém são a queda na fertilidade natural, os rápidos avanços científicos no tratamento e uma confusão entre regulamentações nacionais, já que os países têm dificuldades para definir o que é ético e o que não é.
Apesar das pesquisas que mostram que a fertilidade se reduz a partir dos 30 anos de idade, as mulheres continuam adiando a maternidade. Doenças sexualmente transmissíveis podem causar a infertilidade, e a obesidade, relacionada à dificuldade na ovulação, só agrava o problema.
Cerca de um em cada seis casais tem problemas de infertilidade. “Aparentemente, a infertilidade pode dobrar na próxima década no mundo ocidental”, disse o professor Bill Ledger, especialista em fertilidade da Universidade de Sheffield, na Inglaterra, na reunião da Sociedade Européia de Reprodução Humana e Embriologia. “Esses jovens vão querer tratamentos eficazes”, afirmou ele na conferência, que acontece em Copenhague.
Milhares de pacientes estão recorrendo ao exterior para obter tratamentos mais baratos ou mais rápidos, ou então procedimentos que não estão disponíveis em seus países, afirmou Pennings numa entrevista.
Bélgica, Suíça e Espanha estão entre os países que mais recebem turistas da reprodução humana. “Também está acontecendo isso com países mais distantes. Depende do que você quer”, disse Pennings.
Para tratamentos que determinam o sexo do bebê, muitos casais preferem os Estados Unidos e a Jordânia. A Espanha recebe muita gente em busca de doadores de óvulos e de espermatozóides, acrescentou ele.
As clínicas já oferecem pacotes completos. “Eles arrumam o visto, contratam o hotel, acertam tudo. Tudo incluído no preço. É um modo de oferecer conforto aos pacientes”, disse Pennings.
A Internet também teve um grande impacto na área. “Se você for à Internet e procurar doações de óvulos, vai encontrar várias clínicas no mundo todo que oferecem o serviço. Isso significa que qualquer um pode obter informações sobre qualquer clínica, de qualquer lugar. Permite que as pessoas escolham”, afirmou.
Os governos nacionais estão tentando estabelecer diretrizes médicas e éticas num momento em que os rápidos avanços na ciência provocam preocupação em entidades como a poderosa Igreja Católica.
No ano passado, a Itália acabou com o regime liberal que permitiu a uma mulher de 62 anos dar à luz e adotou leis duras que proíbem até a doação de óvulos e espermatozóides. A tentativa de derrubar a lei através de um plebiscito fracassou na semana passada, por falta de comparecimento mínimo às urnas.
Um porta-voz da Autoridade de Fertilização Humana e Embriologia da Grã-Bretanha recomendou cautela quanto ao turismo reprodutivo. “Quando se vai ao exterior, não se sabe o que se vai receber, e se está assumindo um risco”, disse John Paul Maytum. “Também será muito mais difícil de obter apoio posterior”.
Reuters


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