Liberdade gay

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Pelo psicólogo e terapeuta sexual João Pedrosa

 

Os homens gays nascidos nos anos de 1980 estão respirando um clima de maior liberdade e tolerância relacionada à homossexualidade. Este motivo faz com que tenham maior visibilidade podendo vivenciar sua homossexualidade, a maioria, na semiclandestinidade. São estes jovens que lotam as casas noturnas de São Paulo em busca de diversão.

 

A cidade de São Paulo, hoje, é uma das primeiras megalópoles do mundo com muitas opções de diversão gay: bares, boates, saunas, etc. Esta constatação leva algumas pessoas a concluírem que: (1) parece que hoje existem mais gays do que no passado! É a observação que ouço de clientes e pessoas com quem converso. Penso que, provavelmente, não foi o número de gays que aumentou, mas sim a quantidade de homens gays que estão vivenciando sua homossexualidade de forma aberta ou semiclandestina; e (2) existe mais liberdade para os homossexuais! A conquista de ter um espaço público para freqüentar é a maior conquista homossexual, mas estamos muito longe da liberdade plena onde todos possam vivenciar abertamente sua orientação sexual.

 

As duas principais agências controladoras da sociedade, o governo e a religião, continuam condenando a homossexualidade. O governo e o estado brasileiro não garantem a total liberdade de expressão da orientação sexual e a principal religião da sociedade brasileira conta com um homofóbico militante, o Papa Bento 16. As agências controladoras, juntamente com os indivíduos que compõem o sistema social controlam o comportamento sexual dos membros da sociedade punindo a homossexualidade através de várias ações coercitivas: demissões nas empresas, expulsão de casa, espancamentos, assédio moral, etc.

 

Recentemente aconteceram dois episódios de repercussão na mídia. O técnico de futebol Vanderlei Luxemburgo, também conhecido nacionalmente pelas suas posturas machistas, quis desqualificar o juiz de futebol Rodrigo Martins Cintra chamando-o de gay por que não gostou da sua arbitragem e um grupo de jovens skinheads atacou um grupo de jovens na região do bairro jardins em São Paulo, onde tradicionalmente os jovens gays se reúnem.

 

Longe da mídia e dos jovens da classe média existe um mundo cruel para os gays: o mundo da periferia das grandes cidades. Lá são assassinados muitos gays, principalmente os travestis. Não aparecem nas estatísticas nem nas páginas policiais. Como me relatou recentemente um gay morador da periferia da zona leste de São Paulo: “acharam mais um presunto boiando no córrego da favela ontem, era mais um traveco. Com os gays e as sapatas eles mexem menos, mas com os travecos matam mesmo!”.

 

Desânimo com esta triste realidade? Penso que não. Só com ações concretas dos grupos gays militantes e pressão junto ao governo poderemos ter um futuro de maior tolerância.

 

 

João Batista Pedrosa CRP – 06/31768-3 Psicólogo e Terapeuta Sexual, trata das várias disfunções sexuais masculinas e femininas. É especializado em atendimento à pessoa homossexual. Atende em São Paulo (SP). Membro da Sociedade Brasileira de Psicologia e da Associação Brasileira de Psicoterapia e Medicina Comportamental. website


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