Juiz manteve ontem permissão para que psicólogos façam pesquisas ou ofereçam tratamento a homossexuais que não aceitam sua condição.
Conselho Federal de Psicologia afirma que resolução favorece o combate ao preconceito contra a população LGBT no Brasil (VEJA.com/VEJA.com)
O Conselho Federal de Psicologia (CFP) anunciou neste sábado que vai recorrer da decisão do juiz federal Waldemar Cláudio de Carvalho, da 14ª Vara Federal do Distrito Federal, que nesta sexta-feira manteve a liminar permitindo a psicólogos fazerem pesquisas científicas ou oferecerem tratamento a homossexuais que não aceitam sua condição (descritos como “egodistônicos”) e buscam tratamento de forma voluntária.
Em nota assinada por 23 Conselhos Regionais de Psicologia, o CFP classifica como “equivocada” a decisão do magistrado, proferida em uma ação movida por um grupo de 23 psicólogos que pede a suspensão da Resolução 1/99 do Conselho Federal de Psicologia, segundo a qual é proibida a abordagem de comportamentos homossexuais como doença. Carvalho apontou que a orientação sexual “egodistônica” é um transtorno psíquico catalogado na Classificação Internacional de Doenças e está passível de tratamento.
O CFP afirma que a psicologia trata o sofrimento psíquico nestes casos “sem utilizar terapias de reversão sexual” e que é necessário “entender que o sofrimento não está nas orientações sexuais em si mesmas (homossexualidade, bissexualidade ou heterossexualidade), mas relacionadas às condições sociais que atribuem sentido pejorativo às suas expressões e vivências, prejudicando a qualidade da vida psíquica e social”.
Conselho de Psicologia recorrerá de decisão que mantém ‘cura gay’